Em 2017, prestes a fazer 55 anos, Júlia Pinheiro tornou público que entrou na menopausa. Agora, aos 61 anos, a apresentadora da SIC falou mais abertamente sobre o tema e revelou que “há dois anos a menopausa bateu forte”.
Em conversa com Jessica Athayde para o podcast “Não Fica Bem Falar De…”, Júlia confessou que “sempre quis envelhecer, ao contrário da maior parte das pessoas”. “Quando cheguei ali aos 45, 46 anos e percebi que estava na perimenopausa, pensei ‘isto agora vai ser fixe porque é agora que estou a chegar ao sítio’. Não tinha ideia nenhuma do que vinha a seguir”, disse.
“Há dois anos a menopausa bateu forte. Já não é aquela fase das hemorragias, já não é aquela fase em que tu percebes que o teu aparelho reprodutor está a dizer ‘adeus’, é depois tudo o que tem a ver com a falta das hormonas e de uma série de coisas”, revelou.
A apresentadora referiu que há pouca informação sobre “as questões emocionais” que advêm. “A parte da confusão mental, o nevoeiro. Eu cheguei a pensar que estava maluca, a sério”, afirmou. Questionada pela atriz se “tinha muitos sintomas”, Júlia Pinheiro enumerou alguns: “De repente, parece que tinha uma nuvem, um nevoeiro contante dentro da cabeça. Parecia que estava entorpecida, tristíssima. Eu não sou uma pessoa naturalmente triste, sou emocionalmente até muito estável, e de repente tudo me parecia um tédio, toda a gente era um tédio, eu não tinha paciência nenhuma para nada, para a família, para o marido, para os filhos, para ninguém. E, portanto, isto não era normal. Não podia ser normal”, recordou.
“Um dia dei comigo a não conseguir ler um texto. Estava a olhar para o texto e não consegui descodificá-lo. Eu pensei ‘pronto, isto é um AVC iminente’. É uma coisa qualquer, tenho aqui as sinapses todas a colapsarem. Falei com vários médicos e disse ‘atenção, há aqui qualquer coisa que não está bem’ e pronto, aí chegámos às soluções, à substituição hormonal. Emagreci, fiquei uma jeitosa, e agora até estou a achar graça, tirando o sono. [O sono] foi o maior sintoma, é terrível“, acrescentou.
“Tinha de fazer um grande esforço para me concentrar, sendo que esse esforço não era preciso normalmente. Eu tinha de me esforçar muito para me concentrar, tinha de me esforçar muito para assimilar a informação, no tipo de trabalho que faço é vital. Foi muito difícil”, contou, referindo que ainda assim “nunca parou de trabalhar”.